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Natura Algarve

Uma tarde com investigadores da Gulbenkian

26.05.2008 // Natura Algarve

Faro, 24 de Maio de 2008

Um fim de tarde na Ria Formosa oferece-nos um pôr-do-sol rico em tons quentes e cheiros. Apesar de soprar um vento fresco, o conforto dos agasalhos e de um café quente servido a bordo serviu-nos de incentivo a continuar o passeio e apreciar a beleza da Ria em pleno. Foi assim possível uma breve descrição do sistema lagunar e respectivas ilhas barreiras, a característica vegetação de sapal e ainda observar o polvilhado dos abrigos dos mariscadores.

Acompanharam-nos neste passeio investigadoras e elementos da Fundação Gulbenkian. A troca de experiências e ideias acerca de actividades pedagógicas ocupou grande parte das nossas conversas. Após identificação de futuros locais de trabalho navegamos pelos canais da Ria até à Ilha de Faro, onde foi feita uma breve apresentação acerca do nosso projecto, tendo sido mencionado que as nossas actividades pedagógicas estão estruturadas de modo a se enquadrarem perfeitamente nos planos curriculares escolares, desde o 1º ciclo até ao ensino secundário.

Com uma componente teórica (sala de formação), teórico-prática (Museu e Centro Ciência Viva) e forte componente prática (Ria Formosa) desenvolvemos actividades que se comprometem a que no final sejam adquiras pelos alunos, as competências definidas em determinado bloco ou tema de aprendizagem. Uma das vantagens reside no carácter multidisciplinar das mesmas.

Assim, um aluno não só poderá estar a desenvolver uma actividade de campo referente a Biologia ou Estudo do Meio, mas também a desenvolver o raciocínio em Matemática e Física, e adquirir competências nas várias Expressões Artísticas ou até mesmo Língua Estrangeira. No final ficámos satisfeitos com a curiosidade dos nossos convidados pelas futuras actividades a desenvolver com as escolas e com o feedback positivo na partilha de ideias e da possibilidade de desenvolver trabalho em conjunto. Esperemos em breve contar mais novidades acerca deste nosso futuro projecto e parceria!gulbenkian.jpg

Actividade Natura Algarve-SPEA

26.05.2008 // Natura Algarve

Faro, 24 de Maio de 2008

Um dos nossos objectivos é estabelecer parcerias com entidades e instituições ligadas à Natureza e com as quais possamos aprender e dar aos nossos visitantes o melhor da Ria Formosa. Assim, juntámos um grupo de apaixonados por aves sócios da SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) e partimos numa actividade totalmente dedicada à observação de Aves.

spea.jpgNavegando pelos canais secundários de Faro e de Olhão, espreitando pelos esteiros da Ria Formosa, foram várias as espécies de aves avistadas. Milherangos, fuselos, colhereiros, cegonhas, ostraceiros, seixoeiras, rolas do mar, pilritos, corvos marinhos, garças-reais, estiveram na lista das espécies observadas. Houve ainda a oportunidade de sair da embarcação para explorar um dos cabeços de areia e ir ao encontro a um bando de aves que se alimentava e repousava nos baixios de águas límpidas da Ria. Após o almoço na Ilha da Culatra, onde se experimentou a primeira sardinhada do ano, exploramos a vegetação dunar e possíveis locais de nidificação, no trilho existente na Ilha.

O ponto alto das nossas observações foi aquando do avistamento de uma gaivota de Audouin (Larus audouini). Trata-se uma gaivota cujo estatuto de conservação está definido como “quase ameaçado” pela lista vermelha do IUCN. De tamanho um pouco inferior ao das suas congéneres gaivota argêntea e gaivota de asa escura, destaca-se pelo seu bico vermelho com uma risca preta na extremidade. A sua plumagem é de tom cinzento-prateado esbatido no dorso.

A gaivota de Audouin é uma espécie nidificante confinada ao Mediterrâneo, havendo populações registadas no Chipre, Espanha, França, Grécia, Itália e Turquia. Em 2002 estavam apenas registados 2 casais a nidificar na Ria Formosa e 8-12 casais em Castro Marim. Esta espécie sofre de vários tipos de ameaças ao seu habitat e sítios de nidificação, e daí a preocupação em salvaguardar estes locais. A pressão turística nos locais de nidificação, a recolha de ovos, a predação por parte de animais domésticos, nomeadamente cães e gatos, são factores que contribuem para o baixo sucesso de reprodução da espécie. Por outro lado, existe a competição pelos locais de nidificação e alimento com a gaivota-de-patas-amarelas (Larus cachinnans).

Este é apenas um exemplo de um motivo de preocupação com a fauna existente em locais húmidos e da importância que eles podem ter para as várias espécie de aves, especialmente as de estatuto ameaçado. Esperamos poder continuar a sensibilizar os nossos visitantes e população em geral para estes casos e estimular as boas práticas ambientais. Conservar as zonas de nidificação, assegurar o habitat de reprodução, alimentação e descanso, são exemplos de acções que promovem a continuidade das rotas migratórias e o sucesso das espécies.

Passeio inaugural Natura Algarve

25.05.2008 // Natura Algarve

Faro, 22 de Maio de 2008 

Começamos hoje as nossas actividades de Ecoturismo na Ria Formosa. Contrariamente às previsões meteorológicas, tivemos uma bela manhã de sol, com a Ria a oferecer-nos os seus característicos tons de azul e verde.

Após a saída da Doca de Faro, dirigimo-nos à ilha de Faro. Houve oportunidade de esclarecer os nossos convidados acerca das actividades de marisqueio em bancos naturais e viveiros. Também foram referidas actividades levadas a cabo pela Universidade do Algarve com uma passagem pela estação do Ramalhete. Como saímos durante a baixa-mar, facilmente identificamos as zonas de alto e baixo sapal e respectiva vegetação.

No que diz respeito à avifauna foi uma visita rica em avistamentos! A chilreta (Sterna albifrons), pilritos (Calidris sp.), fuselos (Limosa laponica), colhereiros (Platalea leucorodia), garça-real (Ardea cinerea) e garajaus (Sterna sandvicencis) fizeram parte da lista de aves que conseguimos observar. A descansar entre as muitas gaivotas encontradas, pudemos observar o característico ostraceiro. O ostraceiro, Haematopus ostralegus, é uma ave de porte médio, plumagem preta e branca e um chamativo bico vermelho. O seu nome comum advém do facto de partilhar espaço com os mariscadores, pois a sua alimentação é à base de moluscos bivalves.

Tanto os nossos convidados como a nossa equipa terminaram o dia com um sorriso! Esperemos que seja a primeira de um conjunto de actividades ricas em conteúdos, avistamentos e boa disposição!

Passeio Inaugural

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