Este é sem dúvida um tema que nos transfere recordações de infância e que envolve ainda muitos relatos históricos com uma sombra de imaginação…
A pirataria é tão antiga como a navegação, sendo mesmo conhecidos ataques de pilhagem antes da época dos grandes imperadores. Muitos destes ataques sem dúvida que condicionaram a vidas nas grandes cidades romanas devido à falta de mantimentos e de riquezas que provinham da Sicília e da Córsega e que eram interceptados por estes ladrões do mar. A pirataria atinge o seu auge nos séculos XV e XVIII, quando o tráfego marítimo era grande e nele se cruzavam mantimentos e acima de tudo riquezas, que nessa altura eram sinal de poder e de transacções económicas. Os mares das Índias Ocidentais eram locais de eleição para a pirataria por vários motivos: abundância de pequenas ilhas desabitadas que serviam portos de abrigo; grande comércio exercido nestas águas por espanhóis, portugueses, franceses e ingleses; a dificuldade de perseguir navios piratas pelos navios de guerra devido aos acidentes naturais.
Nem todos os envolvidos nestas actividades de pilhagem eram criminosos, rebeldes ou marinheiros sedentos de aventura, vulgarmente conhecidos por piratas. O Corso, posto em prática por corsários, era uma acção de pilhagem feita a mando de um reino/estado e que habitualmente envolviam questões políticas.
Em Portugal foram também reconhecidos vários actos de Corsários. Manuel Pessanha, Pedro de Ataíde, Simão de Andrade, são apenas alguns nomes sonantes.
Ainda durante a presença árabe na península ibérica, decorreram no Mediterrâneo imensos confrontos entre Muçulmanos e Cristãos. A expansão e domínio pelos povos islâmicos da costa Oriental e Sul do Mediterrâneo iria permitir a criação de uma poderosa organização de piratas e corsários em ambas as partes.
A partir do século XIV os piratas muçulmanos, sediados na Líbia, Argel e Ceuta, iniciam contínuas expedições de saque aos reinos cristãos. Em resposta os cristãos organizam-se para combater esta pirataria.
É no séc. XIV que o reino português, sob o Rei D. Dinis, pede a Manuel Pessanha que ensine aos marinheiros portugueses as artes da pirataria e que actue as costas do Alentejo e do Algarve contra a pirataria.
Mais tarde, no séc. XV Pedro Ataíde, fidalgo da casa real, destaca-se pelos seus actos corsários. Morreu numa batalha contra navios genoveses e flamengos ao largo da Costa de S. Vicente.
A história do Corso e da Pirataria continua em Portugal e no Mundo, tendo se desvanecido por volta do século XIX após uma poderosa perseguição e execução destes criminosos. As suas vidas são breves mas de grande intensidade, em aventura contínua…
Referências bibliográficas:
História Geral dos Piratas, Johnson C. C. (2001) Cavalo de Ferro Editora, Lisboa
Consultor Histórico
Fábio Carbone - Hera